Conhecido como “continente branco”, a Antártida tem aproximadamente 14 milhões de quilômetros quadrados — o que corresponde a cerca de 10% das terras emersas do globo terrestre —, dos quais se estima que 95% sejam cobertos por gelo.
Em algumas regiões, a cobertura de gelo pode chegar a mais de 4 mil metros de espessura, formando grandes camadas: os inlândsis. Nas áreas litorâneas ou costeiras, as geleiras dão origem aos icebergs, que flutuam à deriva no mar. Muitos têm dimensões gigantescas, chegando a vários quilômetros de extensão e largura e confundindo-se com o próprio continente. Quando se afastam do polo, os icebergs encontram águas menos frias e se dissolvem.

Icebergs. Fonte: Google imagens, 2017.
Do ponto de vista físico, a Antártida é formada por duas grandes massas de terra — separadas por uma região deprimida intermediária —, chamadas de Antártida Oriental e Antártida Ocidental.
A Antártida Oriental corresponde à superfície emersa de maior extensão, composta basicamente de rochas cristalinas do Pré-Cambriano, constituindo um verdadeiro escudo.É nessa área que se localiza a cadeia montanhosa denominada Montes Transantárticos, que, com 4 mil quilômetros de extensão, estende-se do Mar de Weddell ao Mar de Ross. Já na Antártida Ocidental, de menor extensão, situa-se a Península Antártica — com 521.780 quilômetros quadrados —, onde se localizam várias bases de estudo científico de diversas nacionalidades. Na costa ocidental da Península Antártica, a mais recortada, há ainda vários arquipélagos próximos.
A altitude média na Antártida é de 2.300 metros; nas cordilheiras, há picos elevados, como o Maciço Vinson (4.897 m) — o ponto culminante do continente — e o Monte Sidley (4.181 m), entre outros. Existem ainda alguns vulcões em atividade, como o Erebus, e outros inativos, como o Terror.
Chamado de “continente gelado”, a Antártida se destaca pelo clima extremamente frio, com temperaturas que diminuem do litoral para o interior. A estação científica russa Vostok já registrou temperatura de –89 °C.
As chuvas são escassas (cerca de 45 milímetros anuais), pois a umidade atmosférica é baixa. Assim, o clima antártico é muito seco, com exceção das áreas costeiras da Península Antártica. No interior, as precipitações em forma nival (de neve) alcançam, em média, 140 milímetros anuais.
Os ventos sopram com velocidades impressionantes. Comumente, chegam a 60 km/h, mas já foram registrados ventos de até 320 km/h no interior do continente. Ventos frios do interior, os conhecidos blizzards, deslocam-se em direção ao litoral, onde se transformam nos chamados ventos catabáticos, violentos e persistentes. Outros fenômenos atmosféricos se destacam no continente. É o caso da aurora polar.
O rigor do clima e a rara presença de rochas não cobertas de gelo são os fatores mais importantes para compreender os limites da vida nas terras emersas da Antártida. Liquens e musgos constituem a única flora capaz de suportar essas condições. Nas áreas costeiras e no mar, a fauna e a flora são ricas e dão lugar à formação de um bioma característico.No ambiente aquático são encontrados baleias, cachalotes, orcas e krill. Outras espécies, como leões-marinhos, focas, pinguins, albatrozes e diversas aves, habitam a costa da Antártida e se alimentam em suas águas.
O alto valor nutritivo do krill desperta o interesse das grandes empresas pesqueiras.Há na Antártida enormes bancos desses crustáceos, cuja pesca tem causado notável diminuição do número de baleias, que se alimentam principalmente do krill. Segundo especialistas, se a pesca não for controlada, poderá provocar danos à cadeia alimentar regional.
Adas, Melhem. Expedições Geográficas. Editora Moderna, 2015.